sexta-feira, 7 de maio de 2010

Segunda Vinda de Cristo - Juízo final



668 - “Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos” (Rm 14,9) A Ascenção de Cristo ao céu significa a sua participação, na sua humanidade, no poder e na autoridade do próprio Deus. Jesus Cristo é Senhor: possui todo poder nos céus e na terra. Está “acima de toda autoridade, poder potentado e soberania” pois o Pai “colocou tudo debaixo dos seus pés”( Ef 1,20-22). Cristo é o Senhor do cosmo e da história. Nele, a história do homem e mesmo toda a criação encontram sua “recapitulação” (Ef 1,10), sua consumação transcendente.

1040 - o Juízo Final acontecerá por ocasião da volta gloriosa de Cristo, Só o Pai conhece a hora e o dia desse Juízo, só ele decide do seu advento. Através do seu Filho Jesus Cristo ele pronunciará então a sua palavra definitiva sobre toda a história. Conheceremos então o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais a sua providência terá conduzido tudo para seu fim último. O Juízo Final revelará que a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que o seu amor é mais forte do que a morte (Ct 8,6).

Parusia

1001 - Quando? Definitivamente “no último dia” (Jo 6,39-40.44.54;11,24); “no fim do mundo” (LG 48). Com efeito, a ressurreição dos mortos está intimamente associada à parusia de Cristo: Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro (1Ts 4,16).

Fim do mundo – novos céus e nova terra

1042 – No fim dos tempos, o Reino de Deus chegará à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificado em corpo e alma, e o próprio universo será renovado.

1043 – Esta renovação misteriosa, que há de transformar a humanidade e o mundo, a Sagrada Escritura chama de “céus novos e terra nova” (2Pe 3, 13). Será a renovação definitiva do projeto de Deus de “reunir, sob um só chefe, Cristo, todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra” (Ef 1, 10).

1044 – Neste “universo novo” (Ap 21,5) ,a Jerusalém celeste, Deus terá a sua morada entre os homens. “Enxugará toda lágrima de seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram!” (Ap 21,4.27).

1045 – Para o homem, esta consumação será a realização última da unidade do gênero humano, querida por Deus desde a criação e da qual a Igreja peregrinante era como o “sacramento” (LG, 1).

1046 – Quanto ao cosmos, a Revelação afirma a profunda comunidade de destino do mundo material e do homem: “Pois a criação em expectativa anseia pela revelação dos filhos de Deus (...) na esperança de ela também ser libertada da escravidão da corrupção ... (Rom 8,19-23).

1047 – Também o universo visível está, portanto, destinado a ser transformado, “a fim de que o próprio mundo, restaurado em seu primeiro estado, esteja, sem mais nenhum obstáculo, a serviço dos justos”, participando de sua glorificação em Cristo ressuscitado (Santo Irineu, Ad. haer. 5,32,1).

1048 – “Ignoramos o tempo da consumação da terra e da humanidade e desconhecemos a maneira de transformação do universo. Passa certamente a figura deste mundo deformada pelo pecado, mas aprendemos que Deus prepara uma nova morada e nova terra. Nela reinará a justiça, e sua felicidade irá satisfazer e superar todos os desejos de paz que sobem aos corações dos homens” (GS 39,1).

1049 – “Contudo, a expectativa de uma nova terra, longe de atenuar, deve impulsionar em vós a solicitude pelo aprimoramento desta terra. Nela cresce o corpo da nova família humana que já pode apresentar algum esboço do novo século. Por isso, ainda que o progresso terrestre se deva distinguir cuidadosamente do aumento do Reino de Deus, ele é de grande interesse para o Reino de Deus, na medida em que pode contribuir para melhor organizar a sociedade humana” (GS 39,2).

1050 – “Com efeito, depois de propagarmos na terra, no Espírito do Senhor e por ordem sua, os valores da dignidade humana, da comunidade fraterna e da liberdade, todos esses bons frutos da natureza e de nosso trabalho, nós os encontraremos novamente, limpos, contudo, de toda impureza, iluminados e transfigurados, quando Cristo entregar ao Pai o Reino eterno e universal” (GS 39,3). Deus será, então, “tudo em todos” (1Cor 15,28), na Vida Eterna.

(Notas do Catecismo da Igreja Católica)

O que é um Santo?


       Antes de tudo é preciso entender bem quem é um Santo. A Igreja Católica só canoniza, isto é, declara santos, católicos. Isto não é preconceito com as pessoas boas de outras religiões; ela não é cega para a bondade humana fora dela. Homens e mulheres bons podem ser achados onde quer que os homens vivam; mas a “perfeição cristã” só é encontrada na verdadeira Igreja de Jesus Cristo, pois o Concilio Vaticano II deixou claro que somente nela há a “plenitude dos meios da salvação” (UR,3).
Jesus Cristo instituiu a Igreja para santificar os homens, especialmente pelos Sacramentos, que só ela tem, e ela entende que só dentro dela esse desígnio pode ser realizado.

Os homens e as mulheres que a igreja Católica chama de “Santos” são milhares, mais de vinte e sete mil como afirma René Fullop Muller, em seu livro “Os Santos que abalaram o mundo”. São de todas as condições de vida, raças, cores, culturas, países, etc. Porém uma coisa é comum a todos: eles foram heroicamente bons; basta analisar a vida deles. Os processos de beatificação e canonização são rigorosíssimos e por isso, demorados; qualquer dúvida por menor que seja, pára o processo.
Antes desta declaração, ninguém pode ser honrado com orações públicas e nem suas relíquias veneradas publicamente. A devoção privada, individual, sobre isso é outra questão. Se um católico está no Céu, então certamente pode ajudar os outros aqui na terra pela sua influência junto a Deus, mesmo que não esteja oficialmente canonizado. Mas, para a Igreja em geral, deve haver sobre isso certeza para todos, e essa certeza só pode vir com a solene declaração de santidade formulada pela Igreja Católica, através unicamente de decreto do Papa.

Esse poder que leva à santidade vem da redenção que Cristo trouxe. Ele venceu o pecado, remiu-nos da escravidão do demônio, e deixou-nos a “graça”, e os meios necessários para nos ajudar a sermos santos: a Santa Palavra, os Sacramentos, a oração, a valorização do sofrimento, do trabalho, da família, etc. Cristo estabeleceu uma Igreja que tem todos os meios requeridos para fazer os homens santos. Deu à sua Igreja o poder de ensinar sem erro, autoridade para fazer leis sábias e santas.
Essa graça é um dom especial de Deus que nos coloca para trabalhar num plano mais alto do que o plano natural.
Ela só vem através de Cristo. S. Pedro conheceu bem que sem a graça de Deus não se pode chegar à santidade: “Como crianças recém-nascidas desejai com ardor o leite espiritual que vos fará crescer para a salvação, se é que tendes saboreado quão suave é o Senhor (Sl 33,9). Achegai-vos a ele, pedra viva que os homens rejeitaram, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus; e quais outras pedras vivas, vós também vos tornais os materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo, para oferecer vítimas espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo.” (1 Ped 2, 2-5).

A Igreja Católica pode gloriosamente mostrar ao mundo vinte séculos de muitos santos de todas as épocas, como prova de que a Igreja de Cristo tem realmente cumprido o que Ele pretendia que ela fizesse. A história da Igreja Católica mostra uma clara e extraordinária manifestação de santidade que só pode ser explicada por um poder de santificação dado por Cristo e implícito nela.
A santidade é basicamente a estreita união do homem com Deus; desse contacto resulta a perfeição moral. Deus é santo por natureza; os homens são santos na medida em que se aproximam dele. No céu todos os bem-aventurados estão intimamente unidos a Deus pela visão imediata dele. Isto é chamado de “visão beatífica”. Todos os que estão no céu atingiram a santidade perfeita.

Aqui na terra os homens são unidos a Deus por meio da sua graça. Esta graça é um dom, livremente dado por Deus, pelo qual nos tornamos “participantes da natureza divina”, como S. Pedro. afirma (2 Pd 1, 4). Quanto mais graça um homem tem, tanto mais semelhante a Deus se torna.

Um santo canonizado foi alguém que na terra praticou a bondade heróica em todas as suas ações. Note, “em todas as suas ações”. Um homem ou uma mulher não é canonizado por ter uma só virtude. Não é suficiente que ele não tenha faltas salientes. Mesmo uma pequena fraqueza é uma grande falta num santo. Um santo tem um controle perfeito de todas as virtudes. Ninguém tem que desculpá-lo, dizendo que ele é um homem bom de coração, mas um homem difícil de suportar; ou que ele tem um senso inflamado da justiça social, mas não é muito de oração.

O santo não faz da sua vida espetáculo. Começa pelas virtudes sólidas, comuns da vida cristã, e depois desenvolve-as até um grau extraordinário. S. Vicente de Paulo costumava dizer que “um cristão não deveria fazer coisas extraordinárias, mas sim fazer extraordinariamente bem as coisas ordinárias.”

Seres humanos chegam a ser santos travando batalha consigo mesmo, com a carne e com o demônio. Partem do triste estado da nossa fraqueza comum, porém, antes de morrerem, atingem a santidade pela graça de Deus. E isto é possível a todos os batizados.

Muitos santos não foram tão santos antes de se porem neste caminho. Santo Agostinho assombrou o mundo pela sua Confissão do que ele tinha sido na sua mocidade, um moço desajuizado que viveu as suas farras na África e na Europa até se converter. Era amasiado e tinha um filho (Adeodato), antes de se converter aos 33 anos. S. Jerônimo, o famoso sábio bíblico, foi um velho descontente enquanto o seu mundo erudito não começou a ruir em volta da sua cabeça durante as invasões dos bárbaros em Roma, mas elevou-se às alturas da santidade em resposta à miséria da sua época.

O teste do santo não é como ele começou. Pode ele ter sido um bom homem, mas um homem com muitas imperfeições. Ou pode ter sido um grande pecador. O que importa é que tenha cooperado em tal grau com a graça de Deus que trabalhava nele, que, antes de morrer, tenha atingido todas as virtudes.

Um santo vence a fraqueza. Por isto a Igreja Católica não hesita em examinar no processo de beatificação minuciosamente tudo o que um santo fez. Especial atenção é dada aos escritos do santo em questão. Um homem exprime seus íntimos pensamentos escrevendo. Se a Igreja acha nesses escritos alguma coisa que peca contra a verdade, algo que é desequilibrado ou mau, então sabe que não está tratando com um santo.

Os santos são cada um do seu jeito; cada um buscando a Deus pelo modo mais conveniente à sua própria personalidade. As circunstâncias de suas vidas e as suas capacidades naturais manifestavam uma virtude mais do que outra, um método de desenvolver a santidade mais do que outro.

S. Luís de França, por exemplo, era um rei, e um rei tão grande que os franceses ainda hoje o honram como o pai do seu país. Nasceu para governar, e o fez com firmeza e justiça cristã. Santo Hermenegildo, da Espanha, também nasceu para governar; mas nunca teve essa oportunidade. Foi morto enquanto ainda era moço.



A sua grande virtude foi o sofrimento paciente. S. Vicente de Paulo, foi um santo que amava os pobres intensamente e de maneira prática. Santo Tomás de Aquino não teve lá muito que ver com os pobres. Nasceu aristocrata e veio a ser professor numa universidade. A sua característica era a simplicidade e a humildade em investigar a verdade como um dos mais profundos intelectuais de todos os tempos. Era santo. Em cada santo encontramos uma singularidade.
Só quando a bondade se manifesta em toda parte e sem restrição é que temos a santidade. A Igreja Católica tem uma “prova de fogo” final para medir a união com Deus daqueles que são reputados santos. É o poder que essas pessoas têm, especialmente depois da morte, de rogar a Deus com tal eficácia, que Deus opera milagres por causa das orações delas. Esta é a maior prova exigida pela Igreja; sem isto não há beatificação e canonização. É bom lembrar aqui que os milagres são atestados pela Medicina e não pela Igreja. No caso de cura de doença, deve ser comprovado que a cura foi total e irreversível, de maneira abrupta e de uma doença considera pelos médicos sem cura na época.

É a prova final que não admite dúvida. Se Deus se dignou de operar um milagre pela intercessão de tal católico, então fora de toda dúvida essa pessoa está no céu. Não há dúvida de que ela é santa.

Os santos não foram pessoas raras e especiais que viveram numa só terra ou numa só época particular. Pertencem a todas as épocas e a todas as nacionalidades. S. Policarpo, natural da Ásia Menor, viveu no século II; já S. Pio X foi um italiano e um Papa do século XX. Os quatro homens que são chamados os Padres do ocidente, isto é, Santo Agostinho, S. Jerônimo, Santo Ambrósio e S. Gregório Magno, eram respectivamente da África do Norte, da Iugoslávia e da Itália, e viveram entre os séculos quarto e sexto. Santa Francisca Cabrini era uma freira italiana que fundou hospitais em Nova York e em Chicago.

Houve mártires em Nagassaki, no Japão, e padres na Rússia, que foram declarados santos pela Igreja Católica. O que é talvez mais surpreendente é a enorme variedade de personalidades entre esses santos. Eram reis e rainhas, sapateiros e agricultores, sacerdotes, bispos, freiras, soldados, juristas, professores, donas de casa e mulheres profissionais, que elevaram-se às alturas da santidade. Nenhuma classe tem o monopólio da santidade, embora talvez bispos e religiosos, por força da sua profissão, se tenham mais freqüentemente chegado à santidade.

Então, quando a Igreja Católica pronuncia de modo solene que alguém é um Santo, não se apóia apenas na prudência humana, mas pela evidência disso na forma de milagres operados por Deus pela intercessão do Santo. Este é o selo da aprovação divina sobre a santidade da pessoa investigada.

Cristo disse à sua Igreja: “Eis que eu estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos” (Mt 28, 20). E prometeu á Igreja no Cenáculo, na Última Ceia: “Quando vier o Espírito Santo, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,13). Estas são promessas especiais de Jesus para auxílio divino para a Igreja. Por causa dessas promessas, ao canonizar um Santo, a Igreja Católica é infalível; isto é, não pode cometer erro.– não pode transviar a Igreja inteira. Jesus disse a Pedro: “Tudo o que ligares na terra será ligado no céu” (Mt 16, 18).

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O Bom Pastor e os falsos pastores



Pensando em toda esta crise moral que envolve nossas lideranças, é útil recordar as palavras de Bento XVI na homilia de inauguração do seu pontificado. Ao explicar o sentido do pálio – aquela estola de lã que o Papa e os arcebispos usam em volta do pescoço, sobre a casula – o Santo Padre explicava: “No Antigo Oriente era costume que os reis se designassem como pastores do seu povo. Esta era uma imagem do seu poder, uma imagem cínica: os povos eram para eles como ovelhas, das quais o pastor podia dispor como lhe aprazia. Enquanto o pastor de todos os homens, o Deus vivo, se tornou ele mesmo cordeiro, pôs-se do lado dos cordeiros, daqueles que são esmagados e mortos”. Palavras eloqüentes, dramáticas!

Nossos “pastores”, nossos líderes políticos, julgam-se os donos do povo, os donos do País, do Estado. Usam o poder em benefício próprio, confundem um projeto de governo enquanto serviço ao bem comum com projeto de poder pessoal, de lucro vil, de enriquecimento ilícito e de perpetuação em cargos que lhes permitam privilégios e regalias. Como diz o Papa: “No Antigo Oriente era costume que os reis se designassem como pastores do seu povo. Esta era uma imagem do seu poder, uma imagem cínica: os povos eram para eles como ovelhas, das quais o pastor podia dispor como lhe aprazia”.

Contrastando com este modelo cínico e predador de pastor, o Papa fala do Deus feito homem, Jesus Cristo: “Enquanto o pastor de todos os homens, o Deus vivo, se tornou ele mesmo cordeiro, pôs-se do lado dos cordeiros, daqueles que são esmagados e mortos”. Ele mesmo disse: “Eu sou o Bom Pastor”, isto é, o Belo, o Perfeito, o Pleno Pastor! E por quê? Por dois motivos: “Eu dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Eu conheço as minhas ovelhas”. Conhecer aqui significa amá-las, conviver com as ovelhas, tomar parte no destino delas. E, precisamente porque as conhece, as ama e, amando-as, dá a vida: “O Bom Pastor dá a vida pelas ovelhas!” O mau pastor espolia as ovelhas, não tem compaixão delas; vem para mentir, roubar, enganar e matar... É um contraste gritante, enorme!

Numa outra ocasião, Jesus diz aos seus discípulos: “"Os reis das nações as dominam, e os que as tiranizam são chamados Benfeitores. Quanto a vós, não deverá ser assim; pelo contrário, o maior dentre vós torne-se como o mais jovem, e o que governa como aquele que serve. Pois, qual é o maior: o que está à mesa, ou aquele que serve? Não é aquele que está à mesa? Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve!” Certamente, também estas são palavras bem contrárias ao modo de sentir e exercer o poder entre nós, inclusive entre os cristãos!

Neste ano de eleição, seria tão bom que nós, cristãos, e até mesmo a sociedade como um todo, tomássemos os critérios de Jesus para pensar e avaliar os candidatos aos cargos públicos:

(a) O espírito sincero de serviço ao bem comum.

(b) A preocupação com uma vida mais digna para as pessoas, sobretudo as mais fragilizadas e carentes.

(c) Uma atitude de desprendimento frente ao poder, evitando a tentação de julgar-se “salvador da pátria”, com a ganância maldita de perpetuar-se no poder.

(d) A coragem de evitar a arrogância de quem se coloca acima da lei, acima do bem e do mal e utilizar o poder recebido para servir como poder conquistado em benefício próprio.

É triste constatar tantos “políticos-pastores” que se dizem cristãos e usam o poder cinicamente como predadores do rebanho, que são os cidadãos! E mais triste ainda é pensar que foram pessoas cristãs – a grande maioria de população – que os colocaram lá, no poder, onde eles estão buscando a lã e o leite das ovelhas. Como explicava muito bem Santo Agostinho, a lã são as honrarias e aplausos e o leite é o dinheiro público, roubado sem dó nem piedade.

Fique diante de nossos olhos e no nosso coração o Bom Pastor, que veio para servir e dar a vida pelo rebanho! Ele sim, venceu e vive para sempre, como canta, de modo comovente, a santa Liturgia:


“Ressuscitou o Bom Pastor que deu a vida pelas ovelhas e quis morrer pelo rebanho. Aleluia!”


Por: D. Henrique Soares da Costa

terça-feira, 4 de maio de 2010

Por que a Bíblia católica é diferente da protestante?


A Bíblia protestante tem apenas 66 livros porque Lutero e, principalmente os seus seguidores, rejeitaram os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida), 1 e 2 Macabeus, além de Ester 10,4-16; Daniel 3,24-20; 13-14. A razão disso vem de longe.

No ano 100 da era cristã os rabinos judeus se reuniram no Sínodo de Jâmnia (ou Jabnes), no sul da Palestina, a fim de definirem a Bíblia Judaica. Isto porque nesta época começava a surgir o Novo Testamento com os Evangelhos e as cartas dos Apóstolos, que os Judeus não aceitaram.Nesse Sínodo os rabinos definiram como critérios para aceitar que um livro fizesse parte da Bíblia, o seguinte:

(1) deveria ter sido escrito na Terra Santa.

(2) escrito somente em hebraico, e não em grego.

(3) escrito antes de Esdras (455-428 a.C.).

(4) sem contradição com a Torá ou lei de Moisés.


Esses critérios eram nacionalistas, mais do que religiosos, fruto do retorno do exílio da Babilônia. Por esses critérios não foram aceitos na Bíblia judaica da Palestina os livros que hoje não constam na Bíblia protestante, citados antes, por estes terem sido escritos em grego. 


Acontece que em Alexandria no Egito, cerca de 200 anos antes de Cristo, já havia uma forte colônia de judeus, vivendo em terra estrangeira e falando o grego. Os judeus de Alexandria, através de 70 sábios judeus, traduziram os livros sagrados hebraicos para o grego, entre os anos 250 e 100 a.C, antes do Sínodo de Jâmnia (100 d.C). Surgiu assim a versão grega chamada Alexandrina ou dos Setenta. E essa versão dos Setenta, incluiu os livros que os judeus de Jâmnia, por critérios nacionalistas, rejeitaram.


Havia então no início do Cristianismo duas Bíblias judaicas: uma da Palestina (restrita) e a Alexandrina (completa – Versão dos 70). Os Apóstolos e Evangelistas optaram pela Bíblia completa dos Setenta (Alexandrina), considerando canônicos os livros rejeitados em Jâmnia. Ao escreverem o Novo Testamento usaram o Antigo Testamento, na forma da tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta era diferente do texto hebraico.

O texto grego “dos Setenta” tornou-se comum entre os cristãos; e portanto, o cânon completo, incluindo os sete livros e os fragmentos de Ester e Daniel, passou para o uso dos cristãos. Das 350 citações do Antigo Testamento que há no Novo, 300 são tiradas da Versão dos Setenta, o que mostra o uso da Bíblia completa pelos apóstolos.

Verificamos também que nos livros do Novo Testamento há citações dos livros que os judeus nacionalistas da Palestina rejeitaram. Por exemplo: Rom 1,12-32 se refere a Sb 13,1-9; Rom 13,1 a Sb 6,3; Mt 27,43 a Sb 2, 13.18; Tg 1,19 a Eclo 5,11; Mt 11,29s a Eclo 51,23-30; Hb 11,34 a 2 Mac 6,18; 7,42; Ap 8,2 a Tb 12,15.

Nos séculos II a IV houve dúvidas na Igreja sobre os sete livros por causa da dificuldade do diálogo com os judeus. Finalmente a Igreja, ficou com a Bíblia completa da Versão dos Setenta, incluindo os sete livros.

Por outro lado, é importante saber também que muitos outros livros que todos os cristãos têm como canônicos, não são citados nem mesmo implicitamente no Novo Testamento. Por exemplo: Eclesiastes, Ester, Cântico dos Cânticos, Esdras, Neemias, Abdias, Naum, Rute.



Outro fato importantíssimo é que nos mais antigos escritos dos santos Padres da Igreja (Patrística) os livros rejeitados pelos protestantes (deutero-canônicos) são citados como Sagrada Escritura. Assim, São Clemente de Roma, o quarto Papa da Igreja, no ano de 95 escreveu a Carta aos Coríntios, citando Judite, Sabedoria, fragmentos de Daniel, Tobias e Eclesiástico; livros rejeitados pelos protestantes.

Ora, será que o Papa S. Clemente se enganou, e com ele a Igreja? É claro que não. Da mesma forma, o conhecido Pastor de Hermas, no ano 140, faz amplo uso de Eclesiástico, e do 2 Macabeus; Santo Hipólito (†234), comenta o Livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos rejeitados pelos protestantes, e cita como Sagrada Escritura Sabedoria, Baruc, Tobias, 1 e 2 Macabeus.


Fica assim, muito claro, que a Sagrada Tradição da Igreja e o Sagrado Magistério sempre confirmaram os livros deuterocanônicos como inspirados pelo Espírito Santo.

Vários Concílios confirmaram isto: os Concílios regionais de Hipona (ano 393); Cartago II (397), Cartago IV (419), Trulos (692). Principalmente os Concílios ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870) confirmaram a escolha.

No século XVI, Martinho Lutero (1483-1546) para contestar a Igreja, e para facilitar a defesa das suas teses, adotou o cânon da Palestina e deixou de lado os sete livros conhecidos, com os fragmentos de Esdras e Daniel.


Sabemos que é o Espírito Santo quem guia a Igreja e fez com que na hesitação dos séculos II a IV a Igreja optasse pela Bíblia completa, a versão dos Setenta de Alexandria, o que vale até hoje para nós católicos.
Lutero, ao traduzir a Bíblia para o alemão, traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua edição de 1534, e as Sociedades Biblícas protestantes, até o século XIX incluíam os sete livros nas edições da Bíblia.

Neste fato fundamental para a vida da Igreja (a Bíblia completa) vemos a importância da Tradição da Igreja, que nos legou a Bíblia como a temos hoje.

Disse o último Concílio: “Pela Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados e as próprias Sagradas Escrituras são nelas cada vez mais profundamente compreendidas e se fazem sem cessar, atuantes. Assim o Deus que outrora falou, mantém um permanente diálogo com a Esposa de seu dileto Filho, e o Espírito Santo, pelo qual a voz viva do Evangelho ressoa na Igreja e através da Igreja no mundo, leva os fiéis à verdade toda e faz habitar neles copiosamente a Palavra de Cristo” (DV,8).

Por fim, é preciso compreender que a Bíblia não define, ela mesma, o seu catálogo; isto é, não há um livro da Bíblia que diga qual é o Índice dela. Assim, este só pôde ter sido feito pela Tradição Apostólica e oral, que de geração em geração chegou até nós.

Se negarmos o valor indispensável da Tradição da Igreja, negaremos a autenticidade da própria Bíblia.


Por: Prof. Felipe Aquino 

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A Loucura de querer ser Deus, Senhor do bem e do mal


Durmam com um barulho desses! Em 18 de janeiro deste 2006, com 468 votos a favor, 149 contra e 41 abstenções, o Parlamento Europeu aprovou uma Resolução que condena como homofóbicos os países que se opõem ao reconhecimento das uniões entre pessoas do mesmo sexo.

Para esses ilustres deputados, união civil homossexual é direito humano! Já o direito à vida dos embriões não é direito humano! É evidente que os direitos humanos converteram-se em um pretexto para afirmar uma ideologia atéia e anti-cristã, que não só não tem nada a ver com o bem da pessoa, mas que inclusive é fonte de violência contra pessoas, comunidades e povos. Muitos dos deputados criticaram duramente a Igreja católica e o Santo Padre Bento XVI como sendo homofóbicos e preconceituosos porque, fiéis à lei de Cristo, não engolem a lei dos nobres e sábios parlamentares europeus... 

Que ninguém se iluda! O mundo ocidental não aceita o cristianismo; tornou-se uma civilização atéia, que julga a religião como fonte de alienação e atraso. Para os bem-pensantes da atualidade, é inaceitável que o homem precise de Deus para organizar sua vida e discernir o que é certo ou errado, bem ou mal.

Valem, para esse pessoal, as palavra de Nietzsche: “Deus morreu! Deus está morto! E nós é que o matamos! Tudo o que havia de mais sagrado e de mais poderoso no mundo esvai-se em sangue sob o peso do nosso punhal... Não vos parece grande demais essa ação? Não deveríamos nós mesmos nos tornar deuses, para pelo menos nos tornar dignos dela?”

Eis: a Europa, nascida no regaço da Mãe católica, alimentada com o leite do cristianismo, agora renega o Cristo e sua Igreja. Pagará caro: o desprezo por sua matriz levará o Velho Continente à velhice cultural e à falta de identidade. A Europa está se matando na loucura do imanentismo que renega toda Transcendência e na hipocrisia do politicamente correto, a serviço de uma ideologia sem Deus. Mas, quando o homem mata Deus, ele se mata também!

Os cristãos não devem ter medo de professar sua fé, de proclamar a moral e as exigências do Evangelho. Não devemos ter medo da pecha de obscurantistas, intolerantes ou anacrônicos... Nosso critério é Cristo, nossa Verdade é Cristo, nossa Certeza é Cristo... e Cristo tal qual é crido, adorado, anunciado e testemunhado pela Igreja católica. Não reconhecemos outro e de outro não queremos saber! O diálogo com o mundo tem um só nome: amor! Amar é dizer a verdade, anunciar a verdade, sem meios termos nem meias medidas.

A Verdade é Cristo e Cristo total, que nos convida à conversão. “Se não vos converterdes, perecereis todos!” (Lc 13,3.5). Não podemos converter Cristo ao homem. É o homem quem deve converter-se ao Senhor. Que se convertam os deputados europeus!

Por: Dom Henrique Soares da Costa

Perguntas feitas para o Diabo



QUEM O CRIOU?
Lúcifer :Fui criado pelo próprio Deus, bem antes da existência do Homem.(Ezequiel 28:15)

COMO VOCÊ ERA QUANDO FOI CRIADO?
Lúcifer : Vim à existência já na forma adulta e, como Adão, não tive infância. Eu era um símbolo de perfeição, cheio de sabedoria e formosura e minhas vestes foram preparadas com pedras preciosas. (Ezequiel 28:12,13)

ONDE VOCÊ MORAVA?
Lúcifer : No Jardim do Éden e caminhava no brilho das pedras preciosas do monte Santo de Deus. (Ezequiel 28:13)

QUAL ERA SUA FUNÇÃO NO REINO DE DEUS?
Lúcifer : Como querubim da guarda, ungido e estabelecido por Deus, minha função era guardar a Glória de Deus e conduzir os louvores dos anjos. Um terço deles estava sob o meu comando. (Ezequiel 28:14; Apocalipse 12:4)

ALGUMA COISA FALTAVA A VOCÊ?
Lúcifer : (reflexivo, diminuiu o tom de voz) Não, nada. (Ezequiel 28:13)

O QUE ACONTECEU QUE O AFASTOU DA FUNÇÃO DE MAIOR HONRA QUE UM SER VIVO PODERIA TER?
Lúcifer : Isso não aconteceu de repente. Um dia eu me vi nas pedras (como espelho) e percebi que sobrepujava os outros anjos (talvez não a Miguel ou Gabriel) em beleza, força e inteligência. Comecei então a pensar como seria ser adorado como deus e passei a desejar isto no meu coração. Do desejo passei para o planejamento, estudando como firmar o meu trono acima das estrelas de Deus e ser semelhante a Ele. Num determinado dia tentei realizar meu desejo, mas acabei expulso do Santo Monte de Deus. (Isaías 14:13,14; Ezequiel 28: 15-17)

O QUE DETONOU FINALMENTE A SUA REBELIÃO?
Lúcifer : Quando percebi que Deus estava para criar alguém semelhante a Ele e, por conseqüência, superior a mim, não consegui aceitar o fato. Manifestei então os verdadeiros propósitos do meu coração. (Isaías 14:12-14)

O QUE ACONTECEU COM OS ANJOS QUE ESTAVAM SOB O SEU COMANDO?
Lúcifer : Eles me seguiram e também foram expulsos. Formamos juntos o império das trevas. (Apocalipse 12:3,4)

COMO VOCÊ ENCARA O HOMEM?
Lúcifer : (com raiva) Tenho ódio da raça humana e faço tudo para destruí-la, pois eu a invejo. Eu é que deveria ser semelhante a Deus. (1Pedro 5:8)

QUAIS SÃO SUAS ESTRATÉGIAS PARA DESTRUIR O HOMEM?
Lúcifer : Meu objetivo maior é afastá-los de Deus. Eu estimulo a praticar o mal e confundo suas ideias com um mar de filosofias, pensamentos e religiões cheias de mentiras, misturadas com algumas verdades. Envio meus mensageiros travestidos, para confundir aqueles que querem buscar a Deus. Torno a mentira parecida com a verdade, induzindo o homem ao engano e a ficar longe de Deus, achando que está perto. E tem mais. Faço com que a mensagem de Jesus pareça uma tolice anacrônica, tento estimular o orgulho, a soberba, o egoísmo, a inimizade e o ódio dos homens. Trabalho arduamente com o meu séquito para enfraquecer as igrejas, lançando divisões, desânimo, críticas aos líderes, adultério, mágoas, friezas espirituais, avareza e falta de compromisso (ri às escaras). Tento destruir a vida dos pastores, principalmente com o sexo, ingratidão, falta de tempo para Deus e orgulho. (1Pedro 5:8; Tiago 4:7; Gálatas 5:19-21; 1 coríntios 3:3; 2 Pedro 2:1; 2 Timóteo 3:1-8; Apocalipse 12:9)


E SOBRE O FUTURO?
Lúcifer : (com o semblante de ódio) Eu sei que não posso vencer a Deus e me resta pouco tempo para ir ao lago de fogo, minha prisão eterna. Eu e meus anjos trabalharemos com afinco para levarmos o maior número possível de pessoas conosco. (Ezequiel 28:19; Judas 6; Apocalipse 20:10,15)


MEDITE NESSA MENSAGEM. VEJAM QUE FOI ELABORADA COM BASE NOS VERSÍCULOS BÍBLICOS, POR ISSO É UMA ILUSTRAÇÃO DA MAIS PURA VERDADE.


"COMO DIZ O ESPÍRITO SANTO: HOJE, SE OUVIRDES A SUA VOZ, NÃO ENDUREÇAIS OS VOSSOS CORAÇÕES." (HEBREUS 3:7,8)